Eterna vigília
De toda janela
Um ser me olha.
Em qualquer
Rua a chuva me molha.
Se é dia,
O sol me queima.
Quando chega a noite,
A lua vigia
Os meus passos
Trôpegos em busca
Do dia.
De qualquer esquina
Descubro
Uma reta.
Uma mulher ereta
Na porta aberta
Procura por sexo
Para o corpo vazio;
Me chama de lado,
Diz coisas sem nexo,
Quer é dinheiro,
Seu amor confesso.
Mas eu vou embora
Porque sei que há
Nessa mesma hora
Em qualquer lugar
Um cafetão de olho
No que vai ganhar.
E eu vou dizer
Que não há quem não tenha
Um olho que vela
De longe, na brenha,
Que espera o dia
Da sua morte
Pra correr ao cartório
E se tiver sorte
Levar os seus bens
Sabendo que a partir dessa hora
Será ele o otário
Pois já há outros que miram
O seu inventário.
jjLeandro
sábado, 26 de abril de 2008
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3 comentários:
É o jogo da vida, meu amigo.
Recebi convite, e aqui estou.
Grande abraço,
*CC*
olá, passando, pra conhecer seu espaço, gostei, eu volto.
abraço
Belos poemas. Teus curtos têm vigor.
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