sábado, 9 de maio de 2009
DIA DAS MÃES
Tereza Bringel, minha mãe, aos 36 anos em 1972.
Uma data realmente para comemorar, afinal mãe é única. E é insubstituível. Para os filhos não adianta o pai tentar outra quando a original morre ou o casal se separa. Eles sabem com qual alcunha a postiça será tratada: madrasta. Um substantivo feminino estigmatizado de tal forma na relação familiar que foi alçado à condição de adjetivo pejorativo: má, cruel. No dicionário somente nos antônimos há um refresco, porque - como nos espelhos - há uma inversão: bondosa.
Mas vamos aqui falar apenas da mãe original, afinal todos nós temos ou já tivemos uma. Até a madrasta. Além desta, uma outra e muitas vezes injustiçada tem ou já teve e também é mãe: a sogra. Sim, sogra também é mãe. Se pelos genros e noras ela é tão vilipendiada - todas pagam pela má fama -, para os netos ela é mãe duas vezes. E a aura que reveste as vovós é extremamente positiva. As vovozinhas são sempre doces, acolhedoras, gentis. São a bonomia em pessoa. Pode no círculo familiar alguém ter dupla personalidade como nos filmes de ficção científica, uma hora boa, outra hora má? Ou isso é apenas implicância de genros e noras? As noras nunca devem esquecer que também elas um dia deverão ter a honra de serem sogras. Mas deixo essa polêmicas para os psicólogos de plantão.
Quisera eu, como sei que milhares de pessoas também quereriam, ter ainda a minha mãe. Ela já faleceu. Quando a temos por quase toda a nossa vida, não importa a nossa idade, somos sempre crianças. A atenção e o amor de mãe não nos permitem nunca atingir a fase adulta. É que mãe só sabe ser carinhosa. Até quando nos repreende ou castiga quer o nosso bem. É um alerta a nos desviar do perigo e a mostrar o caminho certo que a experiência e o amor de sua mãe lhe ensinaram.
Mãe, além de mãe, é anjo da guarda dos filhos. E sendo assim, mãe nunca morre. As que já se foram estão em outro plano cuidando de nossa segurança. Quando em casos de extremo perigo, dizemos: "Escapei porque meu anjo da guarda estava de plantão", é certo que foi pelo zelo da mãe alçada à condição dessa entidade. Mas aí surge um problema: quem ainda tem mãe viva qual é o seu anjo da guarda? Uma ancestral materna cuida dela e dos filhos.
O amor materno nos protege sempre. Mas mãe, bem sei, nunca se queixa; se reclamasse, tentaria saber as razões de algumas injustiças. Por que dizemos quando queremos magoar alguém: "Filho da puta!" Ainda que realmente seja, puta é uma mãe como qualquer outra. A condição social ou moral de uma mulher não a desqualifica como mãe.
Acho que mãe devia ser venerada por decreto federal. E aí quem desmerecesse a sua ou a de outrem pagaria uma pena. Talvez assim os árbitros de futebol fossem os primeiros beneficiados e suas mães pudessem ir aos estádios ver a atuação de seus filhos, vibrando de emoção mesmo que ouvissem em algum momento a torcida dizer, quando não concordasse com a arbitragem: "Filho de uma mãe!" Isso não é pejorativo. Até quem grita essa sentença também é filho de uma mãe. Todos nós somos, com muito prazer.
jjLeandro
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2 comentários:
Que linda homemagem,JJ!!! Linda, também, a sua mãezinha, que deve estar muito orgulhosa do filho talentoso que ela tem.
Tenho muita saudade da minha mãezinha, que também virou estrelinha como a sua. Estão iluminando mais ainda o céu, com certeza.
Sua crônica, excelente, contempla os estágios que realizam todas as mulheres:de mãe, sogra e avó. Quisera eu , poder chegar a ser bisavó.Seria uma bisavó porreta, porque como avó já apronto as minhas.rsrs
Quanto às madastras,hoje em dia existem muitas "boadastras". As más... só em conto de fadas. Quer dizer...torço para que seja essa a realidade.
E em relação às mães dos juízes de futebol(fdp),(rs) concordo com você. Mãe é tudo igual, só muda de endereço.Infelizmente, as nossas mudaram pra tão longe, não é?
Um beijo pra vc e para a sua esposa, pelo dia de amanhã. Parabéns!!!
Linda sua crônica, realmente vou concordoar com a Lau sobre as "boadastras", onde algumas mesmo que não tenham o verdadeiro amor que emanas desta fonte insaciável de carinho angelical e materno que é o amor de mãe, mas são mulheres que entendem que hoje não precisam disputar o coração do seu amado com um filho de outro relacionamento, hoje elas sabem que ocupam lugares diferentes, bem e o que eu vejo, detalhe não sou boadastra e muito menos madastra, mas é o que tenho observado na mulher moderna que batalha por dias melhores junto com seu parceiro!
Gde bjo
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