sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Foto: jjLeandro
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Ontem, 23, o pôr-do-sol estava muito bonito. Não resisti...flagrei-o!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

SIGILO

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Seixos postos
Lado a lado na rua
Guardam os
Passos do passado.

Sabem da vida de todos
Mas se mantêm calados.


jjLeandro
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O VIOLENTO JOÃO VERMELHO

Primavera pinta os campos do Tocantins (Fotos: jjLeandro)
As árvores tentam resistir

O homem devasta com o fogo para o plantio

João Vermelho é aliado do aquecimento global

Em plena primavera os campos deveriam estar completamente floridos com a graça dessa árvore que esparge beleza. É época, com o início do período chuvoso, aqui no Tocantins de a flora recuperar-se do estio que castiga a mataria com a ausência de chuvas e a presença nem sempre acidental do fogo, chamado de João Vermelho na zona rural. As primeiras chuvas, coincidentes com a primavera, proporcionam espetáculos da natureza que coloca novamente suas melhores vestes para atravessar a estação da fecundidade.


Não fosse o homem, talvez o espetáculo não sofresse interrupções ou danos. Eu explico. As fazendas de pecuária e agricultura dominam o cerrado tocantinense. Muitas delas aguardam ansiosamente a chegada da estação chuvosa — por aqui uns seis meses — para recuperar os pastos de capim para o gado castigados pela seca. O capim arde com o fogo, o chão estiola e fica preto de cinza e fuligem. Em poucos dias, com as chuvas regulares, o capim rebrota vigoroso, verde e tenro (babugem), muito apreciado pelo rebanho emagrecido.


Numa pequena porcentagem, também o pasto fica livre de pragas e ervas daninhas recentemente nascidas. É a forma mais barata, embora de grande agressividade ao meio ambiente, para limpar o pasto.

Por outro lado, as fazendas que se dedicam à agricultura, quando ampliam sua área para o plantio, em regra, valem-se também da ninharia cobrada pelo João Vermelho — para apressar a limpeza da área derrubada para novas semeaduras. Ele arrasa o chão com sua voracidade e limpa igualmente o talhão.

Ironicamente, enquanto viajava hoje de Babaçulândia a Araguaína, bem próximos estavam a árvore florida, que tenta perpetuar a beleza da natureza, e a ação violenta do João Vermelho, sequaz do homem que amplia seus domínios sem condescendência sobre ela, fazendo o verde migrar do cerrado para seu bolso.

Até quando?
jjLeandro

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O ARTESANATO DAS QUEBRADEIRAS DE COCO DA PALMATUBA


As mulheres quebradeiras de coco de Babaçulândia são bastante conhecidas por quem admira e gosta de artesanato não somente no Tocantins como em todo o Brasil. Elas têm uma maneira peculiar de trabalhar o coco do babaçu, transformando o que seria destinado à fabricação de óleo vegetal ou à indústria cosmética em disputados adereços para o corpo ou decoração ambiental.
A procura da linha de produtos por comerciantes de artesanato de todo o Brasil, que inclui brincos, colares, pulseiras, bolsas femininas, porta-canetas e forros para mesa, mantém as quebradeiras ocupadas diariamente confeccionando novas peças para abastecer o mercado.
Segundo Queila Moura, que já presidiu a Associação das Quebradeiras de Coco da Palmatuba (bairro da cidade) nada do que produzem encalha. “As nossas peças, por fugirem ao padrão convencional de artesanato, têm muita aceitação. Nada por aqui demora muito a vender”.


É um clima de euforia que contagia todas as integrantes da associação que viram seu trabalho valorizado pela agregação de valor com a transformação do coco pelo artesanato.

Mas essa não é uma situação antiga. Começou a partir de dezembro de 2002 quando, com o incentivo da Prefeitura e do SEBRAE, 20 quebradeiras de coco resolveram montar a associação. Queriam com isso fugir à atividade penosa de quebrar coco para extrair o óleo comestível. Esta atividade, conhecida e praticada na região de Babaçulândia e norte tocantinense onde a palmeira abunda, remonta às primeiras décadas do século XX, obrigando as mulheres coletoras e quebradeiras a uma jornada diária penosa e exaustiva. Não somente o esforço repetitivo da tarefa é exaustivo ainda hoje pela manutenção das técnicas primitivas, como o trabalho com o machado afiado e um porrete de pau para efetuar a extração da amêndoa é perigoso, já havendo casos de amputação de dedos.

Até a fundação da entidade, as mulheres em Babaçulândia coletavam o coco do babaçu na zona rural, enfrentando chuva, sol e os riscos oriundos de se embrenharem no mato. Após a coleta, processavam o duro coco, quebrando-o com um machado afiado que prendiam embaixo da perna dobrada ao assentarem-se no chão para a labuta da extração da amêndoa. O fio afiadíssimo do machado voltado para cima abria o coco pela pressão das batidas do porrete.

A associação veio mudar para melhor essa realidade. E hoje não há uma só delas que deseje voltar ao passado da extração do óleo.
A reorientação profissional deu-lhes mais dignidade, transformou o trabalho penoso e perigoso em arte e ainda por cima fez crescer-lhes a renda familiar.

Periodicamente, as quebradeiras de coco realizam exposições e feiras de sua variada produção artesanal em Araguaína e outras cidades do Tocantins, recebendo e despachando através de telefonemas e visitas pedidos de clientes espalhados por todo o Brasil.

Apreensão

Atualmente há uma grande preocupação entre as integrantes da associação: a
Usina UHE Estreito vai engolir todo o bairro Palmatuba, que será coberto pelas águas do lago da hidrelétrica de 555 km². Hoje a concentração geográfica é fundamental para o desenvolvimento do trabalho. Como as indenizações foram negociadas separadamente, elas poderão vir a morar distantes umas das outras, dificultando a manutenção da associação e do trabalho artesanal. Até o mês de dezembro todas elas devem mudar-se. E com as novas condições de vida a associação e todo o belíssimo trabalho desenvolvido correm risco.


TELEFONE PARA CONTATO COM AS ASSOCIADAS - 63 3448 1316 - QUEILA (Orelhão)



Tatuzinhos (Fotos: Ventinha)
Produção artesanal

Porta-copo

Porta-canetas

Forro para utensílio de mesa

Outro formato de forro

Família de emas feita com babaçu

Clientes realizam compras

Cliente examina mostruário

Bolsa feminina

Bandejas e abano

Sede da associação

A bucólica Palmatuba (4 km de Babaçulândia)








quinta-feira, 2 de outubro de 2008

CAOS EM ARAGUAÍNA

Uma forte chuva castigou Araguaína na manhã desta quinta-feira, 02, por cerca de uma hora. Foi o tempo suficiente para causar uma série de transtornos à população, principalmente a que vive na periferia ou às margens dos vários córregos que cortam a cidade, dentre eles o Neblina no centro.

Ainda chove na cidade, embora sem muita intensidade, mas os efeitos do temporal podem ser vistos nas fotos dessa postagem.

Além de carros enguiçados dentro de alagamentos, casas debaixo d’água com moradores isolados, ruas intransitáveis, os sinais de trânsito sofreram um apagão. Raros deles funcionaram este manhã, aumentando o risco de acidentes visto o tumulto que gera no tráfego de veículos.

Estamos em período eleitoral que vai apontar o novo gestor público da cidade. Araguaína tem três candidatos a prefeito, mas por incrível que parece nenhum deles tocou neste problema crônico que a cidade enfrenta na época das chuvas, preferindo ater-se a picuinhas e ataques pessoais.

Não precisa perguntar quem sofre com isso, pois todos sabem que os mais castigados são os habitantes mais humildes que forçosamente habitam locais sem condições como as margens dos córregos.

Em abril deste ano a chuva causou muitos transtornos, como pode ser visto neste blog no endereço MUNDARÉU DE ÁGUA EM ARAGUAÍNA


Rua 25 de Dezembro inundada
Córrego Neblina cheio com o temporal

Córrego Neblina ameaça cobrir ponte da Rua 25 de Dezembro

Chuva faz córrego transbordar e interrompe obra de canalização

Carro enguiçado em rua da cidade durante o temporal

Casas inundadas na Marginal Neblina

Casa inundada na Marginal Neblina

Casa sob ameaça na Marginal Neblina

Alagamento na Avenida José de Brito - Marginal Neblina (Fotos: jjLeandro)